A estrada para a vida nao é so um projeto de um grupo de companheiros que acreditam num sonho, "o sonho de construir uma Angola mais digna, mais justa, onde cada criança e jovem tenha certeza do valor que ele pròprio incarna e possa sonhar e lutar para que suas ambiçoes e desejos se tornem realidade (Fulvia Boniardi - Voluntaria Vis em Angola)", mas è uma certeza, è algo em que acreditar.
A estrada, è aquela mesma que pega a criança abandonada, magoada de Luanda quando encontra os campanheiros desta viagem "para a vida", os trabalhadores do VIS (Volontariato Italiano per lo Sviluppo), os Salesianos de Dom Bosco de Angola, os educadores e voluntarios e as instituçoes que fizerom tornar todo isso realidade, primariamente a Delegaçcao da Uniào Europeia em Angola e a INAC, Instituto Nacional da Criança.
Ao longo desta estrada, hoje, depois quatro anos de trabalho, è possivel incontrar os meninos acolhidos nos Centros de Lixeira, Mota e KalaKala, mais também aqueles que ainda se encontram nas ruas de Luanda, a criança e os adolescentes mais vulneravéis, aqueles que precisam duma rede de protecçao social.
As estradas de Luanda sao cheias desta criança, destos jovens que vagueiam pelas ruas da cidade privados de tudo: familia, casa, estudo, amor, saude,…
"A pobreza e a esxclusào social em Angola - escrebe uma responsavel do projeto Tomasia Francisca Estevao Morais - nào sao apenas resultados de 30 anos de guerra que o paìs sofreu, até mesmo as polìticas sociais que foram implementadas durante a colonizaçao e imediatamente apòs a independencia" elementos que de fato demonstram que a pobreza e a exclusào social jà estavam presentes.
Hoje o Governo tem levado acçoes que visam melhorar as condiçoes e a qualidade da vida das crianças mas muito ainda è o trabalho que precisa fazer.
Segundo os documentos oficiais as criança de rua sào em Angola um fenomeno dos anos 90, em particular do perìodo que começa com o reacender da guerra, em finais 1992. Em 2002, depois dez anos de guerra, ano em que foi assinado o acordo de paz, a nivel internacional, Angola era considerada "o pior Pais do mundo onde uma criança pode nascer". Na capital, Luanda, "a cada cem metros hà uma criança de rua, orfao ou mutilada de guerra" (Rélatorio UNICEF sobre a condiçao da Infancia em Luanda no 2002).
Na cidade de Luanda, o KM-30, o Largo primeiro de Maio, o Mercado de Sào Paulo, o antigo mercado Roque Santeiro, assim como a rua dos Combatentes, o Parque dos Coqueiros, a Ilha e o Mercado dos Congoleses sào os locais onde normalmente encontram-se grupos de meninos.
A idade dos meninos varia entre os 12 e os 20 anos. A maioria dos meninos sào naturais de Luanda, em particular dos bairros mais pobres mas uma boa percentagem vem das provincias como Malanje, Huambo, Bié.
As causas que fazem com que a criança saiam de suas casas para ir viver na rua sào varias: primariamente a desestruturaçao da familìa angolana, depois o fenòmeno sociocultural da fetiçaria.
Muitos dos rapazes que vivem na rua foram "enxotados" de casa depois de terem sido acusados de fetiçaria e terem sofridos agressòes e maus tratos. O nivèl escolar destos meninos è muito baixo. Normalmente esta criança esta organizada em grupos. O consumo de drogas è comun nos meninos que vivem na rua.
Eles mesmos sào aqueles que encontraram "a estrada para a vida", projecto que utiliza a metodologia educativa salesiana, o sistema preventivo. Esto sistema foi escolhido pra este projecto e està a ser usado na abordajem com as crianças e os adolescentes vulneravéis e em risco.